Páginas

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quem são os "investidores" que ouviram FHC?

Imagens da reunião de FHC com empresários internacionais em Foz do Iguaçu


As fotos são do encontro realizado neste domingo 18/10/2010 por FHC no Hotel das Cataratas.

As reportagens são de Laerte Braga e as fotos são de arquivo pessoal do informante,  cujo nome é mantido em sigilo, tiradas com uma câmera Samsumg durante o evento promovido por Fernando Henrique Cardoso junto a empresários internacionais no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu. A primeira foto mostra a participação da empresa Tarpon, da qual Rafael Eckmann é representante. As demais fotos demonstram, ao contrário do que diz a assessoria de imprensa do ex-presidente, que não se trata de um encontro com "jovens empresários", mas com investidores internacionais “peso pesado”.

A reunião foi tão fechada que – exceto, naturalmente, os seus participantes e o hotel - ninguém em Foz do Iguaçu sabia da presença de Fernando Henrique.

Também na segunda, funcionários do hotel disseram ao jornalista Luiz Carlos Azenha que “um grupo de investidores estrangeiros esteve hospedado, para participar de um evento. A funcionária sugeriu que uma consulta fosse feita à assessoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

A assessoria de Fernando Henrique, respondendo à jornalista Conceição Lemes, divulgou, só então, a seguinte declaração do grande eleitor de Serra: “Fiz, sim, uma palestra em Foz do Iguaçu, para um grupo de jovens investidores de São Paulo, Tarpon, que lidam especialmente com fundos de pensão de universidades e professores. Havia mais de cem pessoas presentes, e os temas discutidos nada tinham a ver, obviamente, com as infâmias propaladas. Tratou-se de mais uma palestra na qual eu reafirmo a minha confiança no futuro do Brasil, aliás, como disse lá, ganhe quem ganhar!”.

A reunião era tão secreta que não constava da agenda de Fernando Henrique. Nunca se viu tanto segredo para manifestar a confiança no futuro do Brasil! Sobretudo por quem nunca teve alguma.

Quem eram os ouvintes de Fernando Henrique, enquanto seu pupilo berrava na TV que era invenção que ele é a favor de privatizar a Petrobrás e suas co-irmãs?

O organizador, Raphael Eckmann, é funcionário da Tarpon Investimentos, que se diz uma “empresa brasileira”. O nome da empresa é retirado de uma cidade da Flórida. Eckmann já foi gerente comercial da Globosat, mas, antes disso, era empregado da Câmara Americana de Comércio e “analista-senior” da Binswanger Management Corporation, um grupo da Pennsylvania, dedicado a intermediar a compra de empresas, que tem como “clientes” (“apenas para citar uns poucos”, segundo o seu site) a Motorola, Shell, Intel, ExxonMobil, Nextel, Crown Cork & Seal, Hoechst, Comcast e Wal-Mart.

Outra presença – que dificilmente pode ser chamada de “jovem” investidor ou jovem qualquer outra coisa – é Alice W. Handy, fundadora e presidente da Investure. Esta empresa é uma LLC (Limited Liability Company), algo que só existe nos EUA, e que pode ser descrita, mais ou menos, como uma ONG da especulação. Mas a Investure não é qualquer ONG especulativa: é um braço do Rockefeller Brothers Fund. A senhora Handy é funcionária da Fundação Rockefeller - e já foi secretária do Tesouro da Virgínia.

Outro nome na plateia de Foz do Iguaçu: Keith Johnson – um redator do “The Wall Street Journal”, o que dispensa maiores apresentações.

Por fim, Anjum Hussain - um especialista em “investir” dinheiro dos fundos de pensão americanos, atualmente “diretor de gerenciamento de risco” de uma administradora de fundos.

Essa gente não foi a Foz do Iguaçu ouvir Fernando Henrique falar da sua confiança no Brasil. Estão se lixando para isso. E não ouviram que “ganhe quem ganhar” é a mesma coisa, até porque se há algo que Fernando Henrique sabe, é que isso não é verdade – e por isso está apoiando Serra.

Eles foram lá para ver que vantagens teriam se apoiassem Serra – e sabe-se que apoio esse pessoal fornece. Que vantagens poderiam ter, antes de qualquer outra, senão levar as estatais que não conseguiram levar no governo de Fernando Henrique?

No Brasil não existe obstáculo para que eles comprem empresas privadas. Têm comprado mais do que interessa ao nosso país, e, para isso, não precisam sair da Pennsylvania, da Virgínia ou de Nova Iorque. Então, para que vir ao Brasil? Não seria para ouvir alguma xaropada de Fernando Henrique – pois, com magnatas e executivos, ou ele fala algo que interesse a eles ou nem vão aparecer. E apareceram 150, atraídos como formigas por açúcar.

Em suma, Fernando Henrique estava pedindo dinheiro para a campanha de Serra – expondo qual o seu verdadeiro programa: a privatização.

fonte: Carlos Lopes, no jornal Hora do Povo



Volto a lembrar o que disse Chico Buarque:

"DORMIA A NOSSA PÁTRIA MÃE TÃO DISTRAÍDA, SEM PERCEBER QUE ERA SUBTRAÍDA EM TENEBROSAS TRANSAÇÕES..."

7 comentários:

Nilce disse...

Lia
Ou o meu computador vai pra manutenção, ou eu que tenho que ir. kkkkk
Não conseguia abrir teu blog todos esses dias. Aff!

Sabe eu recebi por e-mail sobre esse encontro aí. E juro pra você, prefiro nem comentar.
Teamodoro, viu?

Bjs no coração!

Nilce

Unknown disse...

Passei para deixar um beijo.

Maria Célia disse...

Olá Lianara
Ouvi falar sobre este encontro, mais pra ser sincera não sei de maiores detalhes, carece de sabermos na verdade, o que vai acarretar pra nós brasileiros, até que ponto vai nos afetar.
Bjos

LUCIMAR SIMON disse...

Ei Lia otima denuncia, que bom que ainda temos pessoas serias neste pais e nao se calam diante das atrocidades, um beijo pra vc

e uma banana pra esse "macaco" oportunista do FHC.

rssrsr ahh falei,,,,,

Rosa Carioca disse...

É só traições!
Beijinhos, Lia.

www disse...

Olá.
Não sei exatamente (e se é real) o que pretendem vender. Mas sobre privatizações, devemos sempre recordar que, antes de 1994, um telefone doméstico só podia ser adquirido no mercado paralelo, por cerca de R$ 4.000,00.
Nesse caso específico, bem vinda foi a privatização.
Sobre o valor do telefone à época, não pesquisei: Eu tinha uma empresa e esse era o valor a ser pago. Eu aluguei o telefone, ao invés de comprar e pagava um salário mínimo ao mês, pelo aluguel.
Casos e casos....
Abraço.

orvalho do ceu disse...

Olá, Lianara querida
Por esse e outros motivos:
venho propor-lhe algo no meu post de amanhã...
Conto com sua participação amiga.
Excelente semana,cheia de ricas bênçãos!!!
Abraços fraternos